Produzido coletivamente por André Damião, Gabriel F. Lemos e Rita Wu, o Bloco Ruído é um bloco de carnaval experimental que percorre as ruas de São Paulo há 6 anos. Em um sentido amplo, a ação da saída do bloco não se limita à performance e se estende por todo o processo de organização e feitura dos objetos tocados durante o “desfile”, que geralmente apresenta circuitos ruidosos feitos pelos próprios participantes. A criação autônoma é essencial para o sucesso do cortejo. Nessa dinâmica coletiva, formada em movimento, cria-se um vínculo de mútua dependência desde o início da produção até o final da caminhada.

Um dos objetivos no percurso do cortejo é percorrer diferentes espaços arquitetônicos. A caminhada do bloco proporciona uma ecologia sonora e móvel que se deforma com a arquitetura, coreografia do grupo e sons da cidade. O movimento dos participantes oscila entre gradações de densidade, vetores diversos e momentos de estaticidade. Para cada situação, diferentes sons e formas de escuta podem ser ativados. Os ecos do cortejo soam radicalmente diferentes ao passar por diferentes áreas urbanas, sejam elas abertas ou passagens subterrâneas do metrô. A cada momento do percurso, novas percepções acústicas podem ser acentuadas pela arquitetura. Em contraste, o som contínuo do ruído torna perceptível a modulação do som através do espaço e dos corpos.



[Collectively produced by André Damião, Gabriel F. Lemos e Rita Wu, Bloco Ruído is an experimental carnival 'band' that has been roaming the streets of São Paulo for 6 years now. In a broad sense, the action of the parade is not limited to performance and extends throughout the entire process of organizing and manufacturing the objects played during the "parade" - usually noisy circuits made by the participants themselves. The autonomous creation is essential for the success of the parade. In this collective space, formed on the move, a bond of mutual dependence is created from the beginning of production to the end of the walk.

One of the objectives in the parade's path is to go through different architectural spaces. The walk of the block provides a sound and mobile ecology that deforms itself with the architecture, choreography of the group and sounds of the city. The movement of the participants oscillates between gradations of density, queues and moments of staticity. To each situation, different sounds and forms of listening can be actived. The echoes of the parade sound radically different when passing through different urban areas, whether they are open or underpasses of the subway. At each moment of the route, new acoustic perceptions can be accentuated by architecture. By contrast, the continuous sound of noise makes the modulation of sound through space noticeable.]